
15 horas
FORMADOR
Almerindo Janela Afonso
DESTINATÁRIOS
Docentes de todos os grupos disciplinares
CALENDARIZAÇÃO
6 e 7 de junho de 2025
PODE INSCREVER-SE AQUI: https://www.spm-ram.org/spm_onsite/index.php?r=inscricao/create&id=729
JUSTIFICAÇÃO
Nos últimos anos, acentuaram-se muito os dilemas com os quais estão confrontados os professores. São dilemas persistentes que decorrem da centralidade e exigências das disciplinas do núcleo duro do currículo escolar, implicando, de formas diversas, a secundarização das disciplinas das ciências sociais e das humanidades – é isto que, de algum modo, está presente na recente discussão sobre a necessidade ou não da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Se, por um lado, o que Michael Young designou de “conhecimento poderoso” é uma aquisição fundamental e incontornável para todos os estudantes, também sabemos que é cada vez mais urgente uma educação que inclua outros conhecimentos e que incentive a reflexividade crítica fundamentada sobre o mundo contemporâneo e os desafios (éticos, ecológicos, sociais, culturais…), com os quais estamos inevitavelmente confrontados. A profissão docente exige não apenas uma sólida formação científica e pedagógica, mas também uma atualização permanente que contribua para manter uma visão holística sobre as questões atuais referentes às realidades educativas nacionais e os desafios, dilemas e tensões do mundo contemporâneo. Neste sentido, os três pilares fundamentais (indissociáveis) que constituem a qualidade da educação escolar – a qualidade científica, a qualidade pedagógica e a qualidade democrática, não apenas tornam a profissão docente uma profissão complexa (que deve ser reconhecida como tal), mas também pressupõem que o professor se assuma como um trabalhador
intelectual, no seu sentido mais amplo. O curso que agora se propõe para acreditação inscreve-se precisamente nos parâmetros sucintamente referenciados.
OBJETIVOS
- Repensar criticamente a concepção do professor e do educador como profissional
- Favorecer um clima dialógico entre pares que permita a valorização intersubjetiva de compromissos e consensos educacionais
- Contribuir para o entendimento sociológico das mudanças e metamorfoses em curso no mundo contemporâneo
- Perceber criticamente as continuidades e descontinuidades das políticas educativas nas últimas décadas, nomeadamente no campo da avaliação.
CONTEÚDOS
A concepção sociológica do professor/a e do/a educador/a como profissional: visão diacrónica do espírito de missão ao neo-profissionalismo | 3 horas | aula teórica |
Exercício teórico-prático de análise comparada | 2 horas | aula teórico-prática |
A evolução das problemáticas teóricas e de investigação em sociologia da educação em Portugal: autores, trabalhos, áreas temáticas e grupos de pesquisa | 2 horas | aula teórica |
Mudanças e metamorfoses no mundo contemporâneo e a agenda global para a educação | 2 horas | aula teórica |
As políticas educativas e as avaliações em educação | 4 horas | Aula teórica |
METODOLOGIA DA FORMAÇÃO
As sessões presenciais serão divididas entre aulas teóricas, a cargo do formador, e teórico- práticas, com trabalho em pequenos grupos e síntese final do docente.
AVALIAÇÃO DOS FORMANDOS
A avaliação será individual, qualitativa e quantitativa, expressa numa escala numérica de 1 a 10 valores, nos termos previstos na Carta Circular CCPFC – 3/2007, de setembro de 2007, do Conselho Científico Pedagógico da Formação Contínua e com base nos seguintes critérios:
«Excelente – de 9 a 10 valores; Muito Bom – de 8 a 8.9 valores; Bom – de 6.5 a 7.9 valores; Regular – de 5 a 6.4 valores; Insuficiente – de 1 a 4.9 valores.»
A avaliação terá em conta a participação nas sessões de trabalho e a elaboração de uma reflexão crítica sobre um texto científico a escolher de entre os que forem indicados pelo formador.
BIBLIOGRAFIA
- AFONSO, Almerindo Janela (2024). Transições de abril e avaliação pedagógica – esboço para uma pesquisa. Revista Lusófona de Educação, 63, 153-166. https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/9574
- AFONSO, Almerindo Janela (2009). Nem tudo o que conta é mensurável ou comparável. Crítica à accountability baseada em testes estandardizados e rankings escolares”. Revista Lusófona de Educação,13,13-29. https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/545
- CARVALHO, Luís M. & VISEU, Sofia (2018). Novos atores intermediários na regulação da educação em Portugal. Revista FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, 27(53), 30-42. 2358- 0194-faeeba-27-53-30.pdf
- GOUVEIA, Andreia; NETO-MENDES, António & TORRES, Leonor (2024). Exames nacionais: efeitos sobre escolas, alunos e famílias. Educação & Pesquisa, 50, e273908. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202450273908
- LIMA, Licínio (2024). A educação como direito num mundo desigual. Educação & Sociedade, 45, e290145. https://doi.org/10.1590/ES.290145